sábado, 10 de julho de 2010

Olhos cansados e pó

É sempre assim. A inspiração se vai antes que eu alcance meus papéis e a pena, ou ligue o gravador...
Não tenho mais o que falar, o que redigir. Minhas lembranças se foram, assim como a elasticidade de minha pele. Encontrar-me diante do espelho já não me traz tanta felicidade. Meus olhos? Ah! Estes já não enxergam tão bem quanto aos 15 ou 20 anos, e, sem parar, fazendo-me temer uma repentina queda, minhas pernas tremem.
O que fazer agora que estou como um faminto tigre, mas velho e cansado, diante de um belo banquete?
Pensar que existe gente que reclama de suas condições, das coisas que têm, das pessoas maravilhosas que lhes fazem companhia... Essas sim são felizes. Bem mais que eu, que tenho apenas meu velho bloco, e uma pena já quase rasgada de tanto criar, e nunca satisfazer-me com os resultados...
Mas o que fazer? Desistir desse sonho?
Nunca!
Ao pó voltarei, mas não antes de com meu nome fazer herança neste capítulo chamado vida.

(sábado, 7 de fevereiro de 2009)

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